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quarta-feira, 21 de julho de 2010

sábado, 3 de julho de 2010

O Pão da Igualdade, nos ensina a ser solidários

Amigo jovem,
Você é solidário?

Mas antes de responder a esta questão responda: o que é, afinal, ser solidário?



Não é difícil perceber que a mídia vem atacando de forma ofegante a nós jovens, e alguns por sua vez, consomem cada vez mais e consomem até o estilo de vida, o comportamento e em casos excepcionais, consomem até a personalidade divulgada via televisão, cinema e internet, e para tal se faz necessário às vezes “ter para ser”, ou seja, possuir algo que me identifique e me faça ser reconhecido como pertencente à determinada “Tribo Social”

Mas o que isso tem a ver com a solidariedade? Pior que tem.

Ao passo que consumimos mais e mais e sem realmente necessitarmos, esquecemos ao mesmo passo do outro, o outro que vive esquecido e enterrado pelas mazelas sociais que insistimos em não reconhecermos como nossa culpa. Esse ano de COPA, por exemplo, parece que nos esquecemos de nossos jovens sem educação, saúde, direito a moradia e boa qualidade de vida, e que muitas vezes compões o mundo da violência, da prostituição e das drogas só porque não usufruem de oportunidades.

É realmente muito mais prazeroso comprar e vestir tudo em verde e amarelo, gastar mais com roupas, fogos, cerveja e TV nova para assistir a nossa seleção jogar. Chorarmos quando ela é desclassificada ou explodirmos com euforia nosso ego agora inchado de soberania quando nos tornamos campeões mundiais. Parece até que não existem pessoas vivendo nas ruas, que são exploradas ainda na infância, que são vítimas da AIDS, das drogas e da violência. Eu chego a pensar que a bola enche nossas barrigas e as destas pessoas também, que completa nossos sonhos, acaba com nossas tristezas e problemas, como destas pessoas também.

Será que estes jovens têm realmente bons motivos para celebrar uma copa do mundo? Afinal, é o nosso consumismo que patrocina nossa seleção, não é? E quantos reais são investidos na nossa seleção a cada mês? E no nosso jovem?

Não podemos fazer tudo, é verdade, mas também não podemos ficar sem fazer nada, apenas cruzar os braços e deixar que as pessoas que precisam de nossa ajuda sejam esquecidas cada vez mais. Será que lembramos que estamos em ano eleitoral e que o futuro das políticas públicas que atendem estas pessoas está em nossas mãos? Ou será que só lembramos que os políticos existem quando somos assaltados e percebemos a baixa segurança para nos proteger? Ou quando somos desassistidos depois de minguar numa fila de hospital e então entendemos que não temos saúde de qualidade? Ou seria quando não conseguimos passar no vestibular e compreendemos que a nossa educação pública foi um fiasco?

Caro jovem, será que ser solidário é somente matar a fome com um prato de comida quando alguém vem à nossa porta pedir? Será somente fazer campanha para arrecadar agasalhos para o frio do inverno? Somente ajudar uma velhinha atravessar a rua?

Também, mas não é a isso que solidariedade se resume. É necessário que pensemos como Jesus de Nazaré e que busquemos viver como ele viveu, lutando pelo povo, não com espadas como desejava ver Judas Iscariotes, ou com fogo do céu como pediram Tiago e João, mas com o poder de denunciar e de apontar o erro com a palavra que liberta e faz enxergar, mas enxergar o mundo sem os estereótipos, sem os preconceitos e sem as ideologias propagadas como verdades pelos meios midiáticos de comunicação.

Assim, somos chamados a sermos profetas que falam e denunciam antes que as pedras comecem a falar. Se nós não acreditarmos que podemos mudar o mundo para nós mesmos no presente e no futuro, e nos calarmos diante dos horrores que presenciamos na vida social de nosso povo, então a solidariedade morrerá, pois esqueceremos que a justiça e os direitos, o bem comum e a paz só são conquistados no coletivo, quando os homens se unem para formar um só ser: a HUMANIDADE. E ser humano é também ser solidário, perceber a necessidade dos outros e lutar ao lado deles, vislumbrando o fim das desigualdades e o início de um novo “reino”.

Falamos de uma democracia, mas a única coisa realmente democrática que eu reconheço é a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo, o qual, de pobres a ricos, da posição a oposição, de mulheres a homens, de negros a brancos, de policiais a presidiários, do prefeito ao varredor de rua, todos têm o mesmo direito e se tornam um só em Cristo, numa IGREJA QUE PARTILHA seu pão, o PÃO DA IGUALDADE que é o próprio Jesus, ensinando-nos a partilhar a própria vida, a vida que é ofertada por todos no pão que é fruto do nosso trabalho, e que se tornará Jesus ao ser consagrado.

Por vezes será necessário abrirmos mão de certas vantagens em prol do bem comum e do benefício de todos. Jesus nos convida e diz: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me” (Lc 9, 23). É em Jesus e como ele que devemos ser solidários, agir em comunhão de atitudes e sentimentos para que sejamos mais fortes contra as moléstias sociais que afligem nosso povo jovem.

Então jovem, até onde você é solidário como Jesus?